Hanseníase

A Hanseníase é uma doença contagiosa, crônica, causada por uma bactéria que apresenta afinidade pelas células da pele e por células dos nervos periféricos, deixando sequelas se não for tratada precocemente.

A hanseníase é transmitida através das vias respiratórias ou contato íntimo prolongado com um doente sem tratamento. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, pode variar de 2 a 10 anos. Se for diagnosticada no início da doença ela pode ser evitada.

Os pacientes podem conviver normalmente com outras pessoas. A hanseníase tem cura e existe tratamento.

 

Sinais e Sintomas

· Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade.

· Área de pele seca e com falta de suor.

· Área da pele com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas.

· Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade.

· Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber.

· Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés.

· Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.

· Úlceras de pernas e pés.

· Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

· Febre, edemas e dor nas juntas.

· Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.

· Ressecamento nos olhos.

· Mal estar geral, emagrecimento.

Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas. Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.

Transmissão A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem, porque a maioria apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo. A hanseniase não transmite por:

· Meio de copos, pratos, talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseniase.

· Assentos, como cadeiras, bancos.

· Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transporte coletivos ou serviços de saude.

· Picada de inseto.

· Relação sexual.

· Aleitamento materno.

· Doação de sangue.

· Herança genética ou congênita (gravidez).

Importante! Assim que a pessoa começa o tratamento deixa de transmitir a doença. A pessoa com hanseníase não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar. Período de incubação Em média de 2 a 5 anos. Período de transmissibilidade Enquanto a pessoa não for tratada.

Diagnóstico O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica. Tratamento

O tratamento é ambulatorial, com doses mensais supervisionadas administradas na unidade de saúde e doses auto-administradas no domicílio. Os medicamentos utilizados consistem na associação de antibióticos, denominados poliquimioterapia (PQT), que são adotados conforme a classificação operacional, sendo:

· Paucibacilares: rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses;

· Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses.

Prevenção Apesar de não haver uma forma de prevenção especifica, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como:

· Diagnóstico precoce.

· Exame dos contatos intradomiciliares (pessoas que residem ou residiram nos últimos cinco anos com o paciente).

· Aplicação da BCG (ver item vacinação).

· Uso de técnicas de prevenção de incapacidades.

Controle O controle da hanseníase é baseado no diagnóstico precoce de casos, seu tratamento e cura, visando eliminar fontes de infecção e evitar seqüelas. A detecção de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos foi adotada como principal indicador de monitoramento da endemia, com meta de redução estabelecida em 10%, até 2011 e está inserida no Programa Mais Saúde: Direitos de Todos (2008-2011) / Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Programa Nacional de Controle da Hanseníase (PNCH) estabeleceu diretrizes operacionais para a execução de diferentes ações, articuladas e integradas, que pudessem em todas as frentes de trabalho propiciar às pessoas que adoecem sejam atendidas nas suas necessidades e direitos. Sem perder de vista o desafio da horizontalização e da descentralização, organizou-se as ações do PNCH, a partir de cinco componentes/áreas: vigilância epidemiológica; gestão; atenção integral; comunicação e educação e pesquisa.

A hanseníase é uma das doenças mais antigas na história da medicina. Em 1991, o governo brasileiro se comprometeu em eliminar essa doença até 2010. Porém, em cada ano, há mais de quarenta mil novos casos.

Fonte: Ministério da Saúde

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